Monday, November 23, 2015

BOM DIA JACAREI!


                                          foto: Churros Vó Zepha.


Food Truck Jacarei Festival na cidade.

Passo por lá no fim da tarde de sexta passada. Ao largo do Parque da Cidade ocupando as vias alinham-se as caminhonetes, peruas kombis, costumizadas com temas culinários diversos.  Cozinhas instaladas dentro de um automovel.

Não entendo porque o uso do termo Food Truck em inglês. Acho esta apropriação indevida e soa autoritária, quem tem a obrigação de entender, no Brasil, onde se fala o portugues, o que significa Food Truck, uma palavra inglesa?
Fico me perguntando quem decide isto, ou será pura preguiça de se traduzir a coisa. Soa mais feio? Será?

No entanto um restaurante móvel, um bar móvel são palavras que podem significar em português a palavra Food Truck, que entendo, é jogada goela abaixo na garganta dos brasileiros.
Complexo de viralata? Nelson Rodrigues falava sobre isto nos anos 50.

Nada fica claro, mas voltando ao parque.

Observando as cozinhas móveis estacionadas ao longo da avenida interditada ao trafego regular dos automoveis, me pergunto, tratando-se da area onde se localiza o Parque da Cidade, area imensa que pertencia a RFFSA (Rede Ferroviaria Federal) que caiu como que no colo da cidade ha pouco mais de quinze anos. Porque que este parque projetado recentemente pelo governo municipal não contemplou a questão de englobar espaço para desfiles, shows  e eventos como este Food Truck Festival, dentro do parque e não no entorno dele, sobre as vias publicas atrapalhando o transito da cidade.

Um projeto sem planejamento, sem estudo de problema, não resulta num bom projeto.

Quem se importa? De boas intenções nós nos enterramos, e nada de completamente bom produzimos.

Ficam estas belezas incompletas ao dobrar de cada esquina. Nada as minimiza.As belezas incompletas permanecem ao lado da ciclovia fragmentada ocupada pelos pedestres que reclamam quando um cicilista quer usa-la. Parque que não absorve a cidade. Idioma que não é usado. Cultura que não se explica.

As belezas incompletas permanecem ao lado do esgôto a céu aberto que uma placa jura sana-lo no dia de São Nunca.

Esgôto que um dia foi ribeirão.

Bom dia Jacarei!

PS: Os bares e restaurantes neste ultimo fim de semana ficaram mais vazios do que o normal devido a crise economica “inventada” ou devido ao Food Truck Fest? (Diz-se Truâc, não Truque)


PS2:  Vale salientar que onde a ciclovia citada foi construida num trecho onde muitos pedestres circulam e o projeto nao foi pensado prevendo isto, apenas os ciclistas

Wednesday, November 18, 2015

Entre Paris e Mariana, o coração balança.

(Paul  Constantinides)

                
Vista de Mariana antes da tragedia                               


São trágicas as principais noticias da semana que se passou

O rompimento das barreiras de duas usinas de mineiração em Mariana, no interior de Minas Gerais, que causou a morte de alguma dezena de pessoas (numero não determinado ainda), mais o desabrigamento de outras centenas de familias, e ainda, resultando no colapso integral de um sistema hidrico que abrange uma area de 42.000 km2, possue 102 municipios e abriga aproximadamente 1.200.000 habitantes é uma destas noticias, tragédia impar no meu entendimento.

Os danos, possivelmente irreparáveis, são resultantes de uma impericia grave na administração de um negócio. Uma empresa de mineração não pode adminstrar suas represas sem ter noticia dos riscos que ela pode causar e não ter um sistema que controle estes riscos.Pela extensão do danos, pode-se entender, que a responsabilidade desta administração tem que ser clamada de forma categórica e energica.

Concordo com a frase que vi na rede social que diz sobre Mariana: Nao foi um acidente.

Esta frase pode apontar uma mentira, pois um acidente é uma palavra que pode significar tragédia, e é o que ocorreu em Mariana, mas quando se clama Não Foi Um Acidente, o que estas pessoas estão querendo, é que alguem seja responsabilizado pelo acidente, que ele seja encarado como um Crime Ambiental. Tem que se responsabilizar.

Em Paris o horror voltou a galope num lugar onde me parecia que os habitantes haviam se recobrado dos ataques de janeiro ultimo, quando os jornalistas da Charlie Hebdo foram assassinados e  as imagens do atentado chocaram o mundo assim como o seu significado de ter sido uma  agressão ao principio da Livre Expressão de Pensamento.

Agora, ao que tudo indica, os ataques vieram da mesma fonte e agiram de forma mais diversificada e sem um alvo definido, senão quem quer que fosse que estivesse naquela noite na area central de Paris se divertindo num restaurante, numa casa noturna e em outros lugares que foram parte dos ataques que resultaram em centenas de mortes.

Cheguei a ouvir de pessoa que foi  bem feito para os franceses, uma vez que no passado exerceram um poder autoritário sobre suas colônias na Africa no século XIX (dezenove).Acho este tipo de argumento infundado e carregado de um certo ódio historico que não compreendo. 

Cheguei a ver na rede social argumento de que a tragédia de Mariana se deu,  devido a sua privatização ocorrida nos anos 90, há 20 anos.
Não aceito este tipo de argumento. Seria como dizer que eu seria responsável pelo que pudesse ocorrer com um carro 20 anos depois de eu te-lo vendido.

Bem, mesmo que se considere que uma empresa de mineração não caiba como exemplo comparativo a um carro.  
Posso entender  que a processo de privatização de companhias publicas ocorrida nos anos 90, nao se caracteriza como um processo de desmantelamento destas empresas, e caso isto possa ter ocorrido, a responsabilidade passa a quem passou a gerir estas empresas, e aos orgãos competentes de sua fiscalização.
Neste caso, se a tragédia de Mariana se deu por falta de manutenção e fiscalização das barragens.

De quem é a responsabilidade? 
De quem as mantinha e de quem as fiscalizava.

Na história residem vários exemplos de tragédias similares as que ocorreram esta semana, mas efetivamente não houve grandes mudanças.

Meu coração balança quando vejo que pouco se aprendeu com guerras, atentados, e desastres neste caminho onde a lida, entre a morte e a vida, pensei que fosse para construir um mundo melhor.

Eta! Meu coração balança!